quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Akko

Ontem eu e o Joe acordamos cedo e fomos visitar uma das cidades que me fez vir ate Israel -- Acre (ou Akko, em hebraico). Akko tem uma historia longa que remonta aos fenicios, ao rei Herodes e a muitos outros episodios. Mas o mais notavel, para mim, e que foi a capital dos cruzados europeus enquanto estiveram no Oriente Medio.

Essa coisa de cruzados sempre me emocionou muito. Quando li Jerusalem (Karen Armstrong), minha parte predileta foi, certamente, a que falava dos primeiros reis europeus na Terra Santa, das guerras e, entao, da conquista de Akko pelos mamelucos...

Fico imaginando um exercito de cruzados chegando no deserto, a beira do Mediterraneo, vestindo armaduras completas, elmos com crina de cavalo, carregando cruzes gigantes, segurando espadas forjadas nas melhores bigornas da europa. E claro que e uma visao romantizada, mas nao deixa de ser uma ideia incrivel.

Foi sentado em uma das muralhas de Akko, com o vento do mar baguncando meu cabelo, que pensei em tudo isso. Imaginei a historia que nao vi, e gostei do resultado. Me lembrei de mim e do Andre deitados no chao em Santo Antonio do Jardim discutindo acontecimentos historicos -- como seria faze-lo ali, onde o coracao da Historia bate tao forte?

Akko me lembrou de Jerusalem, talvez porque a populacao da cidade e bastante arabe tambem la. Mas as ruas me parecem menos turisticas e, portanto, mais autenticas. A cidade nao e tao conhecida dentre os turistas e certamente nao e um local para peregrinacao, o que da uma calma maravilhosa ao local.

Nao que isso signifique que a cidade me interesse mais que Jerusalem... Jerusalem vai ser sempre a minha predileta. Nao consigo pensar em uma cidade que me encante mais, hoje.

Nao ha muito o que falar sobre Akko, em termos de monumentos ou pontos historicos importantes -- como costumo fazer com os locais que visito. Caminhamos em tuneis antigos dos cruzados, visitamos ruinas, mesquitas arabes, uma prisao da epoca do dominio ingles na regiao... Mas o gostoso mesmo foi estar na beirada do Mediterraneo, olhando o azul do mar e sentindo o passar do tempo enquanto o vento sacodia a areia da praia.

Ontem a noite eu e Joe fomos ao cinema assistir Married Life. Ja nem ligo em ter que ver filme em ingles, sem legenda -- tudo tem acontecido em ingles na minha vida ha mais de trinta dias. Voltamos as 0h a pe pela praia lotada de pessoas fazendo piquenique, churrasco e rodinha de violao. Em Jaffa, as ruas ferviam e o comercio ainda estava aberto -- quinta-feira a noite, vespera de shabbath, e como se fosse a sexta-feira a noite dos judeus.

Bom sentir a vida fluir aqui...

2 comentários:

Lan Dellaflora disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lan Dellaflora disse...

Continuo acompanhando tua experiência... virei fã dos teus textos. Sempre que posso dou uma passadinha e hoje resolvi deixar um sinal. Obrigada pela oportunidade de podermos viajar com vc.

Um grande abraço e sucesso.