quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Encontros e desencontros

Na praia
Anteontem na praia eu e a Diana estavamos voltando do nosso jantar quando alguem surgiu na nossa frente gritando para mim com um ingles com sotaque arabe -- "I know you, sir, from Jerusalem! I know you!".

A Diana saiu correndo, mas fiquei parado sem saber o que fazer. Quando vi, era o dono do internet point que usei durante os meus dia sem Jerusalem -- um simpaticissimo palestino que sempre me dava descontos, ja que eu devo ter sido o melhor cliente da temporada (a julgar pelo numero de posts aqui no blog...).

Fico pensando no numero de pessoas que ja conheci nesta viagem, cada um tao diferente do outro. Um bom retrato da diversidade do mundo -- e, ainda assim, um retrato incompleto e insuficiente. Vou levar comigo um pouquinho de todos eles, e ter dentro de mim lembrancas cosmopolitas do conjunto que eles formam dentro de mim, uma mesma experiencia dividida em varias.

No albergue
Ontem conheci o alemao Joe (este e o apelido dele, porque eu nao sei soletrar o nome alemao cheio de consoantes dele). Ele se formou em ciencia da computacao e hoje mora na ilha de Creta, na Grecia. E bastante simpatico e tem olhos bastante intensos. Me parece um cara apaixonado pela vida e esta sempre com a camera reflex nas maos -- me mostrou fotos de Atenas, ate uma cenoura esquecida no chao ele fotografou.

Curioso que eu nao tenha ficado sozinho mais nenhuma vez desde que tanto reclamei da solidao. Ou aprendi a me virar ou o universo ficou com peninha de mim. Tanto faz -- assim esta otimo.

Novo livro
Terminei The Children of Hurin (Tolkien) e comprei, em seguida, Memoria de Mis Putas Tristes (Gabriel Garcia Marquez). Engracado -- pensei que nao leria nada, na viagem. Se soubesse que ia ser tao produtivo estar aqui eu teria trazido Dom Quixote, porque tenho uma prova sobre o livro em algo como vinte dias. E nem comecei a ler.

Na praia -- mais uma vez
O jornalista Gabriel, do blog Carteiro sem Poeta, entrou em contato comigo comentando em um post do meu blog. Ontem nos encontramos na Clock Tower de Jaffa e tomamos uma cerveja enquanto descobriamos quem era o outro -- ele e um talentoso menino de 29 anos que mora em Tel-Aviv ha 4 e, antes de vir para ca, morava no mesmo bairro em que moro hoje, no Brasil.

De moto, fomos ate um bar na praia e passamos um bom tempo conversando. Foi bom falar em portugues, e falar sobre jornalismo e sobre a vida. Quanto a andar de moto... Bom, foi a segunda vez na minha vida (a primeira foi com meu pai, ha algo como dez anos) -- gostei. Vai ser dificil esquecer o vento no rosto enquanto seguiamos pelas ruas de Tel-Aviv, com o mediterraneo ao nosso lado.

O Gabriel escolheu um caminho para a vida dele que talvez um dia eu escolha -- o de correspondente internacional. Talvez, talvez. Para ele, a escolha parece ter dado muito certo. Mas como podemos medir as nossas proprias chances de sucesso?

3 comentários:

Anônimo disse...

Valeu por me chamar de "talentoso" e de "menino", meu caro. Foi um prazer te conhecer e experimentar um pouco do idealismo dos 20 anos, já perdido por aqui. A vida é cheia de escolhas e precisamos fazê-las, não tem jeito. Certo ou errado, só o futuro dirá! É ao olhar bem pra trás que percebemos se as nossas escolhas foram boas ou não! Sucesso, meu caro! E conta comigo no seu caminho, com ou sem vento na cara! Abs.

Unknown disse...

...já achou a Diana?
O tempo é realmente a solução para tudo.

Fernando disse...

Belo post! E acho que é isso mesmo que o Gabriel disse em seus comentários: "A vida é cheio de escolhas e precisamos fazê-las, não tem jeito". Quando for o momento você a fará seguindo aquilo que julgar ser melhor para você.

Continue postando notícias de longe. Nós viajamos daqui junto com você pelos seus textos. Parabéns!