Muros
Hoje andei pela cidade velha de Jerusalem, para rever algumas coisas e pensar mais a respeito desse lugar de que tanto gosto.
Foi quando a Valerie parou no meio do caminho, apontou para o lado e disse: "olhe, o muro". Pensei que estivesse falando do Muro das Lamentacoes, e lhe disse que nao, nao era aquele. "Nao, o outro muro". Para mim, entao, ela estava se referindo as muralhas da cidade antiga. Nao. A belga queria me mostrar, na verdade, o muro da Cisjordania, rasgando o horizonte.
Me parece bastante lamentavel que existam, em Jerusalem, tantos muros para se ver e para se pensar a respeito, todos eles com historias tristes -- o das lamentacoes e o que sobrou do antigo Templo de Herodes, as muralhas antigas foram construidas pelos conquistadores arabes e o da Cisjordania serve para manter os palestinos longe de Israel.
Lingua enrolada
O Pedro tem razao -- escrevi "Brazil" no post sobre a Cisjordania, na grafia dos norte-americanos. Deveras! Estou ha mais de vinte dias tendo que me comunicar em uma lingua que nao e a minha, e aos poucos estou transformando as duas em uma so. As vezes preciso colocar alguma coisa da Marisa Monte no MP3 player para me lembrar de como o portugues soa bem nos meus ouvidos .
Neurose
E incrivel como a neurose isralense com o terrorismo pode chegar a extremos e, assim, influenciar as pessoas ao redor. Hoje fui aos correios com a Ana, a Eli e a Valerie -- as duas espanholas queriam enviar para casa as coisas que compraram na Cisjordania. Com medo de enviar a si mesmas e, por isso, ter que responder a interrogatorios, colocaram um nome ficticio no remetente -- agora, estao com medo de carregar o comprovante de envio com o nome de outra pessoa. Depois, apagaram as fotos da camera fotografica e estao tirando novas fotos, para nao ter que explicar porque nao ha imagens no cartao de memoria da maquina.
Tudo isso me parece exagero, e nao pretendo chegar a isso, mas eu entendo completamente a preocupacao das duas. A Delphine mandou mensagens nos dizendo que teve que tirar a roupa antes de entrar no aviao -- uma humilhacao sem tamanho. Passaram, tambem, suas comidas no raio-x, alem de revistarem todas as suas malas.
Quando penso em neurose nao consigo deixar de pensar na histeria norte-americana durante a Guerra Fria. Talvez o componente estadunidense na historia do Estado de Israel tenha deixado suas marcas, ou talvez seja realmente desesperador manter um pais em uma regiao em que os demais habitantes juram risca-lo do mapa. Situacao dificil de julgar.
Na lanhouse
Assim como no Brasil, nas lanhouses de Jerusalem o publico mais cativo sao os jovens de nao mais de 10 anos de idade jogando games multiplayer de tiro -- como o controverso e popular Counter Strike, em que voce pode controlar ou um terrorista ou um esquadrao anti-terrorismo. Mas aqui me parece que submeter as criancas a essa formacao tenha um componente negativo a mais.
Hoje andei pela cidade velha de Jerusalem, para rever algumas coisas e pensar mais a respeito desse lugar de que tanto gosto.
Foi quando a Valerie parou no meio do caminho, apontou para o lado e disse: "olhe, o muro". Pensei que estivesse falando do Muro das Lamentacoes, e lhe disse que nao, nao era aquele. "Nao, o outro muro". Para mim, entao, ela estava se referindo as muralhas da cidade antiga. Nao. A belga queria me mostrar, na verdade, o muro da Cisjordania, rasgando o horizonte.
Me parece bastante lamentavel que existam, em Jerusalem, tantos muros para se ver e para se pensar a respeito, todos eles com historias tristes -- o das lamentacoes e o que sobrou do antigo Templo de Herodes, as muralhas antigas foram construidas pelos conquistadores arabes e o da Cisjordania serve para manter os palestinos longe de Israel.
Lingua enrolada
O Pedro tem razao -- escrevi "Brazil" no post sobre a Cisjordania, na grafia dos norte-americanos. Deveras! Estou ha mais de vinte dias tendo que me comunicar em uma lingua que nao e a minha, e aos poucos estou transformando as duas em uma so. As vezes preciso colocar alguma coisa da Marisa Monte no MP3 player para me lembrar de como o portugues soa bem nos meus ouvidos .
Neurose
E incrivel como a neurose isralense com o terrorismo pode chegar a extremos e, assim, influenciar as pessoas ao redor. Hoje fui aos correios com a Ana, a Eli e a Valerie -- as duas espanholas queriam enviar para casa as coisas que compraram na Cisjordania. Com medo de enviar a si mesmas e, por isso, ter que responder a interrogatorios, colocaram um nome ficticio no remetente -- agora, estao com medo de carregar o comprovante de envio com o nome de outra pessoa. Depois, apagaram as fotos da camera fotografica e estao tirando novas fotos, para nao ter que explicar porque nao ha imagens no cartao de memoria da maquina.
Tudo isso me parece exagero, e nao pretendo chegar a isso, mas eu entendo completamente a preocupacao das duas. A Delphine mandou mensagens nos dizendo que teve que tirar a roupa antes de entrar no aviao -- uma humilhacao sem tamanho. Passaram, tambem, suas comidas no raio-x, alem de revistarem todas as suas malas.
Quando penso em neurose nao consigo deixar de pensar na histeria norte-americana durante a Guerra Fria. Talvez o componente estadunidense na historia do Estado de Israel tenha deixado suas marcas, ou talvez seja realmente desesperador manter um pais em uma regiao em que os demais habitantes juram risca-lo do mapa. Situacao dificil de julgar.
Na lanhouse
Assim como no Brasil, nas lanhouses de Jerusalem o publico mais cativo sao os jovens de nao mais de 10 anos de idade jogando games multiplayer de tiro -- como o controverso e popular Counter Strike, em que voce pode controlar ou um terrorista ou um esquadrao anti-terrorismo. Mas aqui me parece que submeter as criancas a essa formacao tenha um componente negativo a mais.
Um comentário:
Estou um pouco confuso com tantos muros, depois você me explica com um mapa. As imagens estão excelentes.
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