sexta-feira, 11 de julho de 2008

De um dia para o outro

Introducao

A viagem esta sendo muito mais rica do que pareceu que seria. E isso porque ainda estou em Roma, dois dias longe de Jerusalem e de todas as riquezas (e violencias) de Israel e do Oriente Medio.

As sensacoes variam de momento pra momento, mas uma que esta se fazendo bastante constante e a da solidao. Ontem as 22h, quando a Ingrid pegou o trem pra Brescia, eu voltei para o Legends e dormi (quer dizer, antes de dormir eu corri ate o banheiro e recuperei uma cueca que eu havia lavado e pendurado no registro do chuveiro -- e olhe que esse nao foi meu primeiro fora).

Acordei de madrugada com insonia -- nao conseguia parar de pensar em todas as dificuldade que ainda estao por vir. E nao conseguia de parar de pensar que, OK, trinta dias e coisa demais. Depois veio a solidao. As coisas sao lindas demais aqui para serem experimentadas sem companhia.

Foi por isso que resolvi acordar tarde, depois das 10h (e tambem porque eu nao dormia ha dois dias). Quer dizer, eu acordei antes com o dono do albergue me perguntando se eu havia perdido uma camera fotografica -- eu acordei de sobressalto e gritei algo como PUTAQUEPARIUQUESUSTO!

Mas o dia, que comecou com uma caminhada gostosa num mercadinho local e com um cha gelado baratissimo, acabou se revelando menos triste do que eu esperava -- e mais judeu.

Segundo dia

Na minha cabeca, ja estava decidido que eu nao andaria nada hoje. Meus pes doem demais, eu estou todo queimado deste sol escaldante romano, e nem restaram tantos pontos historicos para conhecer (ou re-conhecer, porque ja estive na cidade em 1997).

Mas eu resolvi abrir um mapa enquanto uma canadense tomava um banho bem demorado e acabei sinalizando alguns lugares para visitar, caso houvesse tempo. Bem, houve tempo, e se nao houve eu arranjei.

Comecei pela Cripta dos Capucinhos, decorada com milhares de ossos humanos. Maravilhosa. Depois, passei pela Piazza del Spagna, pelo Caffe Grecco (nem cogitei experimentar um expresso de £ 5, sendo que tenho almocado e jantado bem por menos que isso), pela Piazza dei Popolo, pela Area Sacra da Piazza Argentina.

Cheguei, entao, a um dos objetivos da parada em Roma: o bairro judeu. Localizado no antigo gueto, la estao os judeus de Roma (e tambem os jornalistas e intelectuais, explicou-me uma guia simpatica) e tambem os restaurantes kosher. E a segunda maior sinagoga da Europa, na qual eu entrei apos um tratamento bem judeu por parte dos segurancas (o que significa que fui tratado como um terrorista, como sempre -- o atentado de 1982 deixou marcas em Roma).

Em seguida, passei pelo Teatro Marcelo, pelo Portico De Ottavia e decidi voltar para o albergue. E claro que ainda faltavam muitos quilometros e pensei em nao ir a pe. Entrei num onibus que passaria perto da Termini Stazione, do lado do albergue. Paz! -- ou nao, ja que descobri que eu precisava ter comprado um bilhete e tive que descer alguma estacoes depois.

Perdido em uma rua que nao encontrava no mapa, cansado, com fome, etc etc etc, subi infinitos quarteiroes ate chegar ao albergue. Banho? Claro que nao. Quarto lotado, sem condicoes de ficar la dentro.

Foi quando decidi fazer este post, que fica por aqui. Ufa!

Algumas fotos


Obelisco egipcio na Piazza dei Popolo

Teatro de Marcelo

Comida Kosher no bairro judeu


A principal sinagoga de Roma

Apelo em prol da libertacao dos soldados israelenses capturados pelo Hamas em 2007
Encontrei essa escultura em um beco chamado Vicolo della Reginella

Eu andei muito ate encontrar uma placa do Vicollo del Babuino (beco do babuino)

6 comentários:

André disse...

Beco do Babuíno!? Você consegue achar essas coisas!

Um bairro judeu pra dar uma esquentadinha para jerusalém? =p

continue aproveitando a viagem!

sonia bercito disse...

Já trocou de camiseta? Assim suas roupas vão acabar logo! Folgo em saber que está lavando disciplinadamente suas cuecas!!!
Bjs,mamãe

Boo!? disse...

obelisco? *belisca*

Unknown disse...

Você viu a Canadense tomando banho?
As fotos estão muito boas, a maquina esta ok?
Não tem comparação esta experiência com a que você teve em 1997, esta é unica e incomparável, aproveite cada minuto.
Renato

Camila Mamede disse...

Beco do Babuíno! Essa viagem é tão sua!

Querido, estou vindo aqui sempre! Saiba que mesmo solitário por aí, tem muita gente aqui torcendo para que você aproveite muito por aí e não tenha dificuldades, viu?
Fique bem!! Saudades e beijinhos!

Mari Desimone disse...

Di, querido

Quando viajei sozinha também me sentia um tanto quanto solitária... o sentimento é ótimo para a gente se saber legal e boa companhia. Você vai perceber o quanto gosta da SUA companhia quando voltar... e nunca mais ficar sozinho na vida...